sábado, 5 de março de 2011

Murmúrio do Vento


Gosto de ouvir o vento que se movimenta impavidamente.
As vezes serpenteia os rios que se encrespam suavemente.
Outras movimentam com ferocidade mares não resistentes.
E agora suas ondas gigantescas assustam, avassalam
arrebentando-se contra os íngremes rochedos imponentes.
Depois...se espumam e se espreguiçam indolentes na areia
que nos parece dominá-lo com seu beijo ardente.

Como é belo ouvir o vento! É movimento, é presença.
Chacoalha as folhas das árvores, fecundam e as vezes
derrubam tudo implacavelmente
o que estiver pela frente.

E o veleiro, levado suavemente por ele?
Quanta poesia nesse deslisar dolente.
Ficamos deslumbrados acalentando a cena:
Mar, veleiro, céu e as gaivotas irreverentes.

Gosto de sentir o vento balançando as folhas dos coqueiros.
Lembrando cabelos de jovens remexendo por inteiro.
Ou quando briga com a brisa meiga
Vencendo-a, quantas vezes, com seu choque altaneiro.

Já, o vento suave, nos contagia de cansaço ou indolência.
Ou deitamos na cama, na rede, ou na areia
e, ali dormimos suavemente, como um anjo,
despertando depois, cheios de força, já refeitos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário