domingo, 13 de março de 2011

Foto: Ana Santi

Diálogo Mudo

O Silêncio soprou em minha alma,
qual brisa que envolve e acalma,
só ternura então senti.
Contemplei o mundo todo
com a paz que habita em mim.


Lá fora? Tudo se agita!
De longe acalento a vida
que, nas entrelinhas do tempo,
levam-me a contemplar.


Quando tudo se vê com a alma,
mesmo que não haja a calma,
pode nada incomodar.
Não macula o sentimento
pois, envolta no silêncio,
sinto-me vivificar.

A comunicação muda é perfeita.
A empatia é um deleite,
aquece a vida da gente
fazendo o coração pulsar.


E, sem ser arrogante, irreverente,
prefiro a paz aos agitos,
pois a luz que em nós habita
sem conflitos,
SÓ ELA NOS BASTARÁ.


Poesia de Maria Luisa Carneiro Varroni Santo que foi contemplada com o segundo lugar no Concurso de Poesias Gustavianas na 56º Semana Cultural Gustavo Teixeira em setembro de 2009 na cidade de São Pedro-SP.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Espelho Indiscreto

Se o espelho onde nos vemos
Mostrasse-nos também o que escondemos
Quantos sustos levaríamos com as imagens
Fossem boas, más, até miragens!

Se o espelho nos mostrasse o futuro
Talvez próspero, feliz ou taciturno
É possível que tivéssemos então muito cuidado
Em melhorarmos nossas almas em seu sacrário.

Então quem nos olhasse talvez se espantaria
Com a mudança da expressão antes sombria
Agora, a refletir felicidade

Quanta gente que nos viu se extasiasse
Com a paz a irradiar de nossa face
E a bondade de nosso coração.

sábado, 5 de março de 2011

Murmúrio do Vento


Gosto de ouvir o vento que se movimenta impavidamente.
As vezes serpenteia os rios que se encrespam suavemente.
Outras movimentam com ferocidade mares não resistentes.
E agora suas ondas gigantescas assustam, avassalam
arrebentando-se contra os íngremes rochedos imponentes.
Depois...se espumam e se espreguiçam indolentes na areia
que nos parece dominá-lo com seu beijo ardente.

Como é belo ouvir o vento! É movimento, é presença.
Chacoalha as folhas das árvores, fecundam e as vezes
derrubam tudo implacavelmente
o que estiver pela frente.

E o veleiro, levado suavemente por ele?
Quanta poesia nesse deslisar dolente.
Ficamos deslumbrados acalentando a cena:
Mar, veleiro, céu e as gaivotas irreverentes.

Gosto de sentir o vento balançando as folhas dos coqueiros.
Lembrando cabelos de jovens remexendo por inteiro.
Ou quando briga com a brisa meiga
Vencendo-a, quantas vezes, com seu choque altaneiro.

Já, o vento suave, nos contagia de cansaço ou indolência.
Ou deitamos na cama, na rede, ou na areia
e, ali dormimos suavemente, como um anjo,
despertando depois, cheios de força, já refeitos.

sexta-feira, 4 de março de 2011

foto:Ana Santi


Amor

Preenche-nos de amor:
O barulho do suave vento.
O vôo harmônico das aves no infinito.
O Deslizar tão leve de um veleiro.
Raios de sol que beijam a terra
desde o cálido alvorecer, até o poente.


Amor é o clamor de nossas almas
em experimentar com alguém a reciprocidade do
Companherismo, da amizade e do afeto.
É o brilho do olhar de uma criança.
O gargalhar despreocupado dos adolescentes.
O olhar distante do velho, que foi moço
e que embala em sua alma
lembranças tão distantes...


Amor é paz, alegria, alguma lágrima que corre pelo rosto.
É a satisfação de doar-se pelo amigo ou alguém que sofre.
É preencher o vazio de vidas solitárias
ou daquelas, em eterno desencontro.


Faz-nos ser tal qual a natureza,
que nos acolhe e nos sustenta.
Faz-nos ter fé no ser vivente
que embora nos pareça frágil, incompleto ou inconseqüente,
tem direito a ser feliz
Porque EXISTE!

quarta-feira, 2 de março de 2011

Gotas
Gotas de chuva
que limpam o mundo
refrescam a alma
tiram aridez de tudo!

Pingos de orvalho
que pairam nas campinas
Fazendo brotar logo
a flor que já vinha.

As lágrimas
que correm dos olhos
amenizam o coração,
suavizam emoções.

Que força possuem
As gotas que caem
Refrigeram a vida, a terra o ar!