sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Pra Que?

Pra que levar a vida tão a sério,
exaurindo-se de cansaço estafante?
Pra que procrastinar o tempo todo,
e não viver a vida a cada instante?

Pra que fazer questão de coisicas e quireras,
estragando o bom humor reinante,
azedando o físico e o espírito
numa agonia delirante?

Isto não é viver de fato.
É cavar a morte a cada passo,
Ignorando que nada se viveu.
A verdade é que tudo se perdeu!

Pra que trocar más palavras
com quem quer que seja, isto é insensato,
pois não se sabe nunca
quem verdadeiramente ganhou ou já perdeu.

Levar a vida assim é uma agonia.
É viver acalentando uma fantasia,
sem sentir suprir o que almeja,
ficando esgotado na peleja.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Não se pode

Não se pode exigir do mundo que não sabe dar.
Falar das verdades aos insensatos pois vão nos recusar.
Espirituoso junto aos amargos prontos a nos pisar.
Inocentes entre os astutos pois vão nos rechaçar.


Remar contra a correnteza vai nos fatigar.
Concordar com as inverdades é nos omitir.
Deixar de dar amor é nos nivelar.
É preciso amar sem discriminar.



Não se pode ficar atrás do muro e nos acovardar.
É preciso gerar um movimento para consertar.
Fazer brilhar a luz do amor antes de se apagar.
Não se pode cruzar os braços e nos retrair,
deixando nossa luz esmaecendo até sumir.



Não se pode!
Não se pode!


sábado, 23 de julho de 2011

Estações da vida

Olhando a natureza, me extasio!
As nuances das cores me inebriam!
Me abandono no horizonte bem distante...
É a vida, que se descortina como por encanto, trazendo-me lembranças do que se viveu.

Meu olhar deve parecer gélido, estático,
e, o coração que tudo vê está perplexo,
tentando reviver cada momento,
que tanto encanto deu.

Tentar resgatá-los é impossível!
Pois, já me encontro em descompasso,
bem distante,
não mais no tempo que a névoa escondeu.
E, mesmo que venha o sol inclemente,
e, a nuvem densa se disperse,
nada mais resta daquilo que foi meu.

Agora, se me restam as lembranças:
De minha mocidade e dos tempos de criança,
com tanta pureza, encanto, beleza,
nas coisas mínimas e singelas que,
agora não me tocam mais .

O coração fica apertado.
Lágrimas engulo angustiada,
pois não pude segurar quase nada,
daquilo que não esqueci.

Aos poucos, sinto-me perder nas asperezas,
não me dando conta da velocidade
da vida, de tudo que vivenciei,
mas que, tentei a custo enganar-me,
insistindo de que, nada se perdeu.

Senti passar também a mocidade.
Veio o outono! Que saudade!
Das primaveras, luas claras, estrelas cintilantes,
que, até me parecem ser quimeras inebriantes,
forçando-me a acreditar que após,
só de aridez que se viveu!

Volto então os olhos ao presente,
acalentando com carinho cada instante,
antes que o inverno inclemente,
me surpreenda,
e, tudo já escureceu!

domingo, 3 de julho de 2011

Imagens importantes de Galáxias realizadas pelo Hubble. Lentes Gravitacionais para obter imagem de 13 bilhões de anos-luz.


Dimensões

Quantas dimensões existem! Quantas vemos
E, quantas nós não vemos, mas sabemos.
Nossos olhos contemplam a imensidão
da natureza, do céu, da terra, do mar.

São as dimensões do arco íris, dos matizes,
dos olhos que contemplam, da vida que
em nós lateja e da vida que nos envolve e nos sustenta.

São as dimensões das luzes, dos pensamentos,
dos sentimentos, das palavras,
dos sons, das músicas inebriantes.
As dimensões do universo infinito!

Quando mergulhamos em nós mesmos
tudo é infinito, inexplicável, extasiante!
Podemos sentir as dimensões mesmo sem vermos
porque fazemos parte delas.
Somos também seu infinito.






sábado, 18 de junho de 2011



Foto: Ana Santi



Janelas da Alma

Abra as janelas do seu coração.
Saia da escuridão e contemple:
a natureza, o céu, sentindo a brisa enquanto espreita.

E , pouco a pouco, como que por encanto,
você vai sentir tudo com alegria.
A luz vai brilhar em seu coração
Como um espelho, vai irradiar ao mundo inteiro:
amor, paz, segurança, alegria, calma, esperança.

Abra as janelas, recue as cortinas.
Não viva trancafiado em sua casa
como se ela fosse, sua eterna oficina.
Deixe a claridade entrar e tudo ilumina
expulsando as trevas, as tristezas, as agonias.

Tire de si seus dons e os ponha em prática.
Faça com que todos deles usufruam
desses bens e tesouros que esconde
nesse seu mundo tão bisonho.
Tudo então vai despertar, como por encanto.
Até o universo inteiro sentirá tanta magia.


Pássaros sem asa


Quando não há bloqueio a gente se manifesta:
Concorda, discorda ou contesta.
Caso contrário, retraí-se, cala,
se encolhe, se esconde, se apaga.

Os homens agem como se asas tivessem.
Constroem, destroem, progridem, regridem, se escondem:
pela catatonia, abulia ou moléstias incapacitantes,
que lhes travam, ficando sem asas para tudo.

Raramente compreendidos, ficam bem longe, banidos,
qual vela que já se apaga.
Seu grito é surdo, não ouvido, são só vácuos ou gemidos.

Sempre existirão almas altruístas
que os levem a viver e existir,
ousar , sonhar, impedido-lhes o desistir.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Acerte seus passos!

Passos em descompasso sem destino.
Segurei-te pela mão e aí seguimos.
Você não via a luz, nem o sol, não via nada!
Estava embotado, ressentido, magoado, drogado.

Segurei-te pela mão, você já conseguia ver:
as estrelas, o sol, a poeira que baixava.
Agora...você falava, você ouvia,
Você se deslumbrava!

Já não te segurava, íamos lado a lado.
A estrada era limpa, as luzes então brilhavam.
Era o sentido da vida que em ti brotava!

Pensei ser eu a caminhar a seu lado.
Mas, era um anjo brilhante, a despertá-lo.
Então fomos cada um para seu lado.
Você, já estava sarado!

Ví-o novamente, com multidão de jovens,
A seguirem teus passos,
agora, em compasso.
Acordei então do sono,
Aliviada!

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Foto: Ana Santi



O Primeiro Beijo

O primeiro beijo, guardo com saudade!
O encontro de nossos lábios, aveludados,
timidamente encontrados.
Depois, nossos lábios se abraçaram.
Nunca mais esquecerei as sensações sentidas,
de nossos lábios entrelaçados.

E as palavras de amor, sussurradas,
nos lóbulos de nossas orelhas,
fazendo-me estremecer completamente,
Por tanto amor sentido e tanto amor doado.

Quando conversávamos, nossos rostos quase unidos.
os diálogos nos aproximavam,
pois em uníssono sentíamos,
com os corações disparados.

Ah! Já faz tanto tempo. Ficou contudo bem gravado,
vindo sempre a tona os sentimentos,
como se fossem agora renascendo,
pois um grande amor jamais é esquecido.
Será eternamente acalentado.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Desalento


Quanto desalento no andar desse andarilho!
Por que abandonou tudo e ficou perdido?!
Por que se desligou da luta? Seu olhar é vago,
triste, sem alegria, sem esperança, amor, desamor.

Parece-nos um amorfo a caminhar sem rumo.
Terá sido talvez, desengano de amor ou fracasso do viver?
Sua expressão é de extrema indiferença.
Desligou-se talvez das raízes da existência!

Surgirá novo caminho que o interesse!
E voltará a viver, sorrir, amar,
sem padecer a solidão tão desgastante.

Talvez baste uma gota de esperança, alegria e entusiasmo,
para fazê-lo sair desse cruel marasmo,
passando a caminhar convicto, com os pés no chão!

terça-feira, 19 de abril de 2011

Foto: Ana Santi



O Canto do Silêncio

Ouço a voz do silêncio de minha alma.
Branda, tranqüila ou grita e silencia
Buscando constantemente a paz:
nos recantos da vida, nos encantos da natureza
No céu, na terra, no mar.

Minha alma grita, canta em uníssono,
as vezes, como uma orquestra sem maestro,
pois, para ela, a natureza comanda os compassos,
as alturas, buscando no chão, nas altitudes,
o tema para orquestrar.

Meus sentimentos aspiram outras dimensões, outros tempos.
Busca outros momentos e sentimentos
muito além dos horizontes, acima dos arco- íris,
o tema para orquestrar.

É um delírio cantar com nossas almas.
Desfrutarmos de bens muito distantes.
Músicas tão inebriantes
mais parecem orquestras de querubins, serafins,
anjos e arcanjos, gaivotas
a sumirem, nos espaços sem fim...

domingo, 13 de março de 2011

Foto: Ana Santi

Diálogo Mudo

O Silêncio soprou em minha alma,
qual brisa que envolve e acalma,
só ternura então senti.
Contemplei o mundo todo
com a paz que habita em mim.


Lá fora? Tudo se agita!
De longe acalento a vida
que, nas entrelinhas do tempo,
levam-me a contemplar.


Quando tudo se vê com a alma,
mesmo que não haja a calma,
pode nada incomodar.
Não macula o sentimento
pois, envolta no silêncio,
sinto-me vivificar.

A comunicação muda é perfeita.
A empatia é um deleite,
aquece a vida da gente
fazendo o coração pulsar.


E, sem ser arrogante, irreverente,
prefiro a paz aos agitos,
pois a luz que em nós habita
sem conflitos,
SÓ ELA NOS BASTARÁ.


Poesia de Maria Luisa Carneiro Varroni Santo que foi contemplada com o segundo lugar no Concurso de Poesias Gustavianas na 56º Semana Cultural Gustavo Teixeira em setembro de 2009 na cidade de São Pedro-SP.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Espelho Indiscreto

Se o espelho onde nos vemos
Mostrasse-nos também o que escondemos
Quantos sustos levaríamos com as imagens
Fossem boas, más, até miragens!

Se o espelho nos mostrasse o futuro
Talvez próspero, feliz ou taciturno
É possível que tivéssemos então muito cuidado
Em melhorarmos nossas almas em seu sacrário.

Então quem nos olhasse talvez se espantaria
Com a mudança da expressão antes sombria
Agora, a refletir felicidade

Quanta gente que nos viu se extasiasse
Com a paz a irradiar de nossa face
E a bondade de nosso coração.

sábado, 5 de março de 2011

Murmúrio do Vento


Gosto de ouvir o vento que se movimenta impavidamente.
As vezes serpenteia os rios que se encrespam suavemente.
Outras movimentam com ferocidade mares não resistentes.
E agora suas ondas gigantescas assustam, avassalam
arrebentando-se contra os íngremes rochedos imponentes.
Depois...se espumam e se espreguiçam indolentes na areia
que nos parece dominá-lo com seu beijo ardente.

Como é belo ouvir o vento! É movimento, é presença.
Chacoalha as folhas das árvores, fecundam e as vezes
derrubam tudo implacavelmente
o que estiver pela frente.

E o veleiro, levado suavemente por ele?
Quanta poesia nesse deslisar dolente.
Ficamos deslumbrados acalentando a cena:
Mar, veleiro, céu e as gaivotas irreverentes.

Gosto de sentir o vento balançando as folhas dos coqueiros.
Lembrando cabelos de jovens remexendo por inteiro.
Ou quando briga com a brisa meiga
Vencendo-a, quantas vezes, com seu choque altaneiro.

Já, o vento suave, nos contagia de cansaço ou indolência.
Ou deitamos na cama, na rede, ou na areia
e, ali dormimos suavemente, como um anjo,
despertando depois, cheios de força, já refeitos.

sexta-feira, 4 de março de 2011

foto:Ana Santi


Amor

Preenche-nos de amor:
O barulho do suave vento.
O vôo harmônico das aves no infinito.
O Deslizar tão leve de um veleiro.
Raios de sol que beijam a terra
desde o cálido alvorecer, até o poente.


Amor é o clamor de nossas almas
em experimentar com alguém a reciprocidade do
Companherismo, da amizade e do afeto.
É o brilho do olhar de uma criança.
O gargalhar despreocupado dos adolescentes.
O olhar distante do velho, que foi moço
e que embala em sua alma
lembranças tão distantes...


Amor é paz, alegria, alguma lágrima que corre pelo rosto.
É a satisfação de doar-se pelo amigo ou alguém que sofre.
É preencher o vazio de vidas solitárias
ou daquelas, em eterno desencontro.


Faz-nos ser tal qual a natureza,
que nos acolhe e nos sustenta.
Faz-nos ter fé no ser vivente
que embora nos pareça frágil, incompleto ou inconseqüente,
tem direito a ser feliz
Porque EXISTE!

quarta-feira, 2 de março de 2011

Gotas
Gotas de chuva
que limpam o mundo
refrescam a alma
tiram aridez de tudo!

Pingos de orvalho
que pairam nas campinas
Fazendo brotar logo
a flor que já vinha.

As lágrimas
que correm dos olhos
amenizam o coração,
suavizam emoções.

Que força possuem
As gotas que caem
Refrigeram a vida, a terra o ar!



domingo, 9 de janeiro de 2011


Tesouro Escondido
Mar bravio! Ondas altaneiras!
Algumas chegam sorrateiras.
Outras crepitantes e barulhentas
chacoalhando tudo e arrastando areia,
jogando nela detritos e tranqueiras

Até a bela ostra, foi ali jogada,
e, com o impacto, abriu-se escancarada.
Dentro dela, linda pérola branca rosê,
Cintilava irradiante!

Que tesouro carregava aquela ostra
Sabe-se lá por quanto tempo!
Dizem que levam até cem anos
Para que este fruto saia ali de dentro!

Está jóia raríssima, nos dias atuais,
são cultivadas com produtos especiais
acelerando seu lento crescimento.

E pensar, que aquela pérola já foi um grão de areia.
Parou ali dentro, passando a ser, para a ostra
Terrível sofrimento.
Seu próprio organismo foi minimizando o desconforto
Envolvendo o grão de areia pouco a pouco,
e com um ungüento suave, foi tecendo.

A vida tem também lances como o da pérola e da ostra.
Muitas coisas nos incomodam, nos fatigam.
Nos Lapidam! Tornando-nos
dóceis, afáveis, como jóias raras,
fazendo emergir em cada um
a luz divina.